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domingo, 13 de junho de 2010

A Crise de 29 e a Grande Depressão

Antecedentes da Crise

  Com o fim da Primeira Guerra Mundial, os países europeus encontravam-se devastados, com a economia enfraquecida e com forte retração de consumo, que abalou a economia mundial. Os Estados Unidos por sua vez, lucraram com a exportação de alimentos e produtos industrializados aos países aliados no período pós-guerra. Como resultado disso, entre 1918 e 1928 a produção norte-americana cresceu de forma estupenda. A prosperidade econômica gerou o chamado "american way of life" (modo de vida americano). Havia emprego, a agricultura produzia muito e o consumo era incentivado pela expansão do crédito e pelo parcelamento do pagamento de mercadorias.  
      Após a guerra o quadro não mudou, pois os países europeus estavam voltados para a reconstrução das indústrias e cidades devastadas pela guerra, necessitando manter suas importações e empréstimos, principalmente dos EUA.

Causas da Crise

      A situação começou a mudar no final da década de 1920. A economia europeia posteriormente se restabeleceu e passou a importar cada vez menos dos Estados Unidos. Reconstruídas, as nações européias diminuíram drasticamente a importação de produtos industrializados e agrícolas dos Estados Unidos.
Com a retração do consumo na Europa, as indústrias norte-americanas não tinham mais para quem vender. Havia mais mercadorias que consumidores, ou seja, a oferta era maior que a procura; consequentemente os preços caíram, a produção diminuiu e logo o desemprego aumentou. A queda dos lucros, a retração geral da produção industrial e a paralisação do comércio resultou na queda das ações da bolsa de valores e mais tarde na quebra da bolsa. Portanto, a crise de 1929 foi uma crise de superprodução.
     Grande parte destas empresas possuíam ações na Bolsa de Valores de Nova York e milhões de norte-americanos tinham investimentos nestas ações.
     Em outubro de 1929, percebendo a desvalorizando das ações de muitas empresas, houve uma correria de investidores que pretendiam vender suas ações. O efeito foi devastador, pois as ações se desvalorizaram fortemente em poucos dias. Pessoas muito ricas, passaram, da noite para o dia, para a classe pobre. O número de falências de empresas foi enorme e o desemprego atingiu quase 30% dos trabalhadores.


     
     A crise, também conhecida como “A Grande Depressão”, foi a maior de toda a história dos Estados Unidos. Como nesta época, diversos países do mundo mantinham relações comerciais com os EUA, a crise acabou se espalhando por quase todos os continentes.
     A crise de 1929 afetou também o Brasil. Os Estados Unidos eram o maior comprador do café brasileiro. Com a crise, a importação deste produto diminuiu muito e os preços do café brasileiro caíram. Para que não houvesse uma desvalorização excessiva, o governo brasileiro comprou e queimou toneladas de café. Desta forma, diminuiu a oferta, conseguindo manter o preço do principal produto brasileiro da época. Por outro lado, este fato trouxe algo positivo para a economia brasileira. Com a crise do café, muitos cafeicultores começaram a investir no setor industrial, alavancando a indústria brasileira.

O NewDeal: Uma proposta para amenizar a crise 

Nos anos 30, assume a presidência da república do EUA, Franklyn Delano Roosevelt. Sua principal realização no período da depressão é uma plano econômico elaborado de conformidade com o economista britânico John Maynard Keynes, denominado New Deal (Novo Acordo), visando reduzir os efeitos da crise. Muitas das propostas do novo plano, expostas a seguir, são adotadas em várias potências afetadas:
  • O Estado assume a responsabilidade de salvar a Nação, regulamentando a sua economia, o New Deal propõe, portanto, o intervencionismo, uma vez que a super produção originária da crise também se deveu ao liberalismo excessivo do governo norte americano em sua economia; 
  • Concessão, por parte do Estado, de empréstimos aos falidos, mediante emissões controladas;
  • Redução da jornada de trabalho para dar oportunidade a mais pessoas de trabalharem, reduzindo o desemprego;
  • Ampliação do salário do operariado para ampliar o mercado consumidor interno;
  • Aumento dos benefícios da Previdência Social, como a criação do seguro-desemprego;
  • O Estado promove a geração de empregos públicos nos setores urbanos não produtivos (arborização das cidades, coleta de lixo, restauração de prédios e ruas, etc), uma vez que atividades como a industrial ou agrícola não devem absorver mão-de-obra em razão da superprodução. Estimula-se, assim, o consumo, em aumentar a produção;
  • Ampliação da autonomia sindical e de sua capacidade de negociação;
As Consequências da crise e o avanço dos regimes totalitários

     Os efeitos da Grande Depressão foram sentidos no mundo inteiro. Estes efeitos, bem como sua intensidade, variaram de país a país. Outros países, além dos Estados Unidos, que foram duramente atingidos pela Grande Depressão foram a Alemanha, Austrália, França, Itália, o Reino Unido e especialmente o Canadá.Sofreram com o aumento do desemprego, a elevação dos preços, a redução do poder aquisitivo e a desorganização da produção econômica.Porém, em certos países pouco industrializados naquela época, como a Argentina (que vivia da exportação de carne) e o Brasil (que não conseguiu vender o café que tinha para outros países), a Grande Depressão acelerou o processo de industrialização. Praticamente não houve nenhum abalo na União Soviética, pois por se tratar de um país socialista, estava com a econômia fechada para o capitalismo.
     Os setores mais prejudicados da população passaram a reclamar de forma mais contundente soluções sociais que melhorassem suas condições de vida.
     Muitas pessoas passaram a acreditar que os regimes democráticos eram incapazes de solucionar os grandes problemas socioeconômicos da época.
     Havia ainda outro importante fator que promoveu a descrença no liberalismo democrático: Era o medo alimentado pelas classes dominantes da expansão dos movimentos socialistas, revigorados pelo exemplo da Revolução Russa.
    Os partidos de orientação marxista, representavam uma terrível ameaça aos interesses dos grandes banqueiros e industriais. Para salvar esses interesses, apoiou a ascensão de regimes totalitários, que prometiam estabelecer a ordem e a disciplina social. Exemplos marcantes desse processo foram o desenvolvimento do fascismo na Itália e do nazismo na Alemanha.



Imagens da Grande Depressão





 

Cinderella Man (no Brasil: A Luta Pela Esperança) é um filme baseado na história real do boxeador Jim Braddock.  Era considerado um prodígio do boxe, mas foi obrigado a se aposentar prematuramente devido a uma série de derrotas no ringue. Com os Estados Unidos em meio à Grande Depressão, Jim precisou viver de bicos para poder sustentar sua esposa e os filhos.
Jim sempre sonhou com a oportunidade de retornar ao mundo do boxe e teve sua chance quando, devido a um cancelamento de última hora, é escalado para enfrentar o 2º pugilista na disputa do título mundial. Para surpresa de todos Jim venceu três lutas consecutivas, mesmo sendo bem mais magro que seus oponentes e tendo ferimentos nas mãos.
Ele ganhou o apelido de "Cinderella Man" e se tornou o símbolo de esperança dos desprivilegiados da época. O seu maior oponente foi Max Baer, de quem tomou o título de campeão mundial dos pesos pesados. Max era bastante temido pelo fato de ter matado dois lutadores no ringue em suas lutas.